As redes 5G serão mais relevantes para as PME?
Nos últimos meses muito se tem falado da rede 5G e das movimentações que governos e empresas de telecomunicações têm feito para colocar esta nova tecnologia no mercado. Os mais críticos questionam sobre as vantagens do investimento a realizar em infraestrutura e é fácil esquecer o verdadeiro alcance que as redes 5G podem trazer.
A rede 5G surge para solucionar, essencialmente, uma série de obstáculos encontrados no mundo da Internet das Coisas. Mais rápida, com maior capacidade na transmissão de dados, endereçamentos de IP e um consumo de energia muito inferior, são algumas das grandes vantagens. No fundo uma resposta às previsões que dão conta que em breve irão existir mais de 100 mil milhões de coisas ligadas.
Haverá Zetabytes de informação a ser debitados pelas coisas. Dados que precisam de chegar rapidamente a zonas de decisão que, de forma imediata, agem de acordo com as especificações definidas para esse fim. Seja um sistema de rega, num remoto campo de agricultura, ou um drone que vai fazer uma entrega numa grande cidade.
A importância do 5G
Hoje em dia, a fibra ainda não atingiu o seu pleno. No caso português, apesar das previsões de uma cobertura com fibra a 100 por cento em 2020, haverá zonas, principalmente no interior, zonas rurais, onde o custo de passar cabo de fibra óptica não compensa devido ao baixo número de empresas e pessoas a usufruir dos serviços.
Por isso, a chegada do 5G, (apesar de se prever que só em 2025 esteja a funcionar em pleno), é vista como uma alternativa viável para acelerar as comunicações. A fibra também irá evoluir, permitir velocidades superiores aos 100 Mbps atuais e, de forma genérica, será sempre uma solução a considerar. Mas o 5G será a melhor opção para zonas rurais onde a Internet das Coisas está a crescer de forma mais rápida.
As velocidades
O 5G, terá níveis de performance muito superiores ao 4G. A rede atual permite transmissões de dados a 1 Gbps enquanto o 5G deverá registar um mínimo de 20 Gbps de download e os 10 Gbps em upload. E o consumo de energia por byte transferido será apenas um milésimo do consumido pelo LTE (Long Term Evolution).
Velocidades: o pico de download será de 20 Gbps e 10 Gbps em upload
Densidade: até 1 milhão de dispositivos ligados por quilómetro quadrado
Eficiência: latência entre 1 ms e 4 ms (4G, pico de 20 ms)
Quando surgiu o 4G, foram eliminadas algumas barreiras que permitiram o aparecimento de novos conteúdos e um crescimento exponencial do consumo de dados nos telemóveis, nos smartphones. Agora, é a vez das coisas "exigirem" uma rede que permita o enorme volume de dados que em breve estarão a ser transmitidos em simultâneo por todas as coisas ligadas à Internet. Das frotas de viaturas de transporte aos carros, dos drones aos frigoríficos ou interruptores da luz, sistemas de rega... Há todo um mundo a surgir que justifica a necessidade do 5G.
Tendo em conta que em breve irão existir mais de 100 mil milhões de coisas ligadas, a comunicar constantemente entre si, a gerar dados a cada segundo, facilmente se percebe que a rapidez da rede será crucial.
Pelo que se tem visto até agora, será nas zonas rurais que as coisas irão evoluir de forma mais rápida. A utilização na agricultura, por diversas razões, tem menos obstáculos (éticos e de segurança) e é de implementação mais fácil. Estas são, pelo menos, as indicações apontadas por alguns dos especialistas presentes na CeBIT 2017.
Por exemplo, ao nível da condução autónoma, os tratores poderão mesmo ser os primeiros veículos a funcionar em pleno. Mas, como se iria ligar esse trator com um cabo de fibra? A resposta é simples: Não se liga. Usa-se uma rede robusta que permite controlar o trator à distância, ao mesmo tempo que as coisas ligadas enviam dados sobre as condições do solo e que permitem ao agricultor atuar sem estar no terreno.
Esta semana, durante o CeBIT, foram apresentadas algumas novidades e uma delas dirige-se precisamente às maquinarias pesadas. O IOSB.BoB é um veículo autónomo pensado para realizar trabalhos sem a presença de um humano no local. Uma mais valia para lidar, por exemplo, com a remoção de materiais perigosos.
Mesmo ao nível dos drones, o 5G irá certamente trazer novidades e abrir novas possibilidades. Os drones atuais ainda funcionam nas frequências de 2.4 GHz ou 5.8 GHz, e estão dependentes do alcance de comunicação com o controlo remoto.
Ao implementar um sistema de transmissão com um cartão 4G, este drone terá um alcance de comando ilimitado.
Por isso, e na mesma altura em que o 5G é o futuro, o 4G LTE é apresentado como uma novidade ao ser aplicado ao sistema de transmissão de um drone. Graças à cobertura do 4G, estes aparelhos irão funcionar de forma mais eficaz, mesmo nas áreas urbanas.
Olhando para as experiências realizadas por gigantes como a Amazon, que pretende recorrer aos drones para efetuar entregas, esta será uma necessidade que precisa de ter uma resposta mais célere do que o prazo estipulado para o funcionamento em pleno do 5G. Além disso, é preciso recordar, que o 4G irá conviver com o 5G tal como hoje em dia ainda há zonas onde o 3G é a alternativa.
Com este sistema, o drone pode estar a voar no Porto e o piloto em Lisboa. Ou, como apresentado pela Globe UAV, no CeBIT, o piloto em Munique e o drone em Berlim. O alcance é ilimitado, ao contrário dos sistemas de rádio que operam nos 2.4 ou 5.8 GHz que têm um alcance de cerca de 2 km.
Perante esta evolução impõe-se a questão: O que será, quando os drones operarem com o 5G?
Investimentos para o futuro
O período que separa a atualidade de 2025 é enorme quando se fala em tecnologia. As coisas evoluem de forma mais rápida e, certamente, até à maturidade do 5G, muitas coisas novas irão surgir.
Por isso, até lá, grandes ou pequenas, as empresas vão precisar de adoptar novas formas de abordar o mercado, de comunicar, de chegar aos clientes. Uma coisa é certa, a digitalização é crucial para ser competitivo neste novo mundo da Internet das Coisas.
De forma genérica, quando se pensa em digitalização, na evolução e adopção de novas tecnologias por parte das empresas, surgem de imediato na cabeça dos gestores os avultados investimentos necessários para realizar essa caminhada. E, quase de forma inconsciente, todos trabalham a pensar que serão as grandes empresas, com capacidade de investimento, a beneficiar e adoptar medidas para a digitalização de forma mais fácil e rápida.
Olhando para a realidade do mercado, rapidamente se percebe que as Pequenas e Médias Empresas (PME) são as que se encontram em melhor posição para avançar nestes processos de digitalização. Desde logo porque um dos pontos cruciais para este crescimento tecnológico passa pela formação e sensibilização dos colaboradores. Menos colaboradores, mais fácil e barato fica este processo. Empresas mais pequenas, menos processos a travar as decisões.
Depois, há que ter em conta que as empresas já não precisam de realizar investimentos avultados em tecnologia. Ao contratarem uma grande parte destes serviços a empresas especializadas e de confiança (naquilo que é conhecido como Business Process Outsourcing - BPO), conseguem obter ganhos significativos que mesmo uma grande empresa tem dificuldade em alcançar sozinha.
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