Cabos submarinos: a informação que chega do fundo do mar
Os dados são o novo petróleo: disso já poucos podem duvidar. E até a origem é comum, graças à cada vez maior relevância dos cabos submarinos. Comparados a autoestradas de informação, existem mais de 450 cabos distribuídos pelos mares do planeta, num total de 1.300 milhões de quilómetros de fios.
O que são e para que servem os cabos submarinos
Com um papel essencial nas comunicações tanto nacionais como internacionais, estes cabos em fibra ótica garantem nada mais nada menos do que 95% do tráfego intercontinental da internet.
Os cabos submarinos seguem a morfologia do fundo dos mares, podendo as suas profundidades de lançamento atingir os 8.000 metros. Com um período de vida útil de cerca de 25 anos, estas estruturas chegam a ter mais de 12.000 quilómetros de comprimento, sendo possível instalar à volta de 200 quilómetros de cabo por dia. Numa analogia com os portos marítimos de mercadorias, as estações de amarração dos cabos submarinos apresentam-se também elas como portos, mas de dados, onde estes são rececionados, armazenados e distribuídos. Os “portos de dados” estão por seu turno diretamente associados à instalação de Data Centers e Interconnection Hubs, que constituem em conjunto Plataformas de Dados.
Para além das comunicações eletrónicas, os cabos submarinos tendem a ser usados para fins científicos e humanitários, através dos cabos SMART (Scientific Monitoring And Reliable Telecommunication). Estas infraestruturas, ainda numa fase embrionária, permitem detetar dados em tempo real do fundo dos oceanos, emitindo atempadamente alertas de tsunamis e terramotos, o que se traduz numa redução dos efeitos destes no que concerne à perda de vidas e bens.
Portugal: uma história de pioneirismo
Portugal assumiu-se desde cedo como um ponto de amarração de cabos submarinos a nível internacional, muito graças à sua posição geográfica privilegiada, atraindo no presente gigantes tecnológicos como a Meta, a Amazon, a Microsoft ou a Google. Mas tudo começou com um cabo submarino telegráfico que ligou Portugal, mais precisamente Carcavelos, ao Reino Unido. A sua inauguração, em 1870, ficou marcada pela troca de telegramas entre o rei D. Luís I e a rainha Vitória. Passado mais de um século e meio, Portugal conta com 12 amarrações, estimando-se que dentro de uma década, entre 10% a 15% de todos os cabos submarinos do planeta atravessa a Zona Económica Exclusiva nacional. Segundo dados da ANACOM, estas estruturas asseguram praticamente 100% das ligações de Portugal a países de outros continentes. A Autoridade Reguladora das Comunicações prevê ainda que o 5G (e o 6G que virá a seguir) venha a contribuir para um aumento significativo do tráfego através de cabos submarinos nas próximas décadas.
Altice Portugal: os novos projetos
A disponibilidade de infraestruturas específicas, a vasta experiência e know-how fazem da Altice Portugal um importante player nesta indústria. Detentora das duas importantes Estações Internacionais de Cabos Submarinos em Portugal (Sesimbra e Carcavelos), a empresa é responsável pela operação dos cabos submarinos que ligam o Continente às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e ainda à ligação entre as ilhas dos Açores. Esta rede – parte integrante da Altice Internacional Backbone, com presença em Frankfurt, Londres, Amesterdão, Madrid, Paris, Washington e Miami – marca a diferença no fornecimento de serviços de internet, permitindo o acesso direto aos principais pontos de entrega internacional, o que se traduz numa experiência com elevada resiliência e latência reduzida.
A Altice Portugal está presente em diversos projetos recentes, como o da amarração do cabo Medusa, investimento da AFR-IX Telecom que irá interligar 9 países de África e da Europa através de 8.700 quilómetros de cabo, o mais longo do Mediterrâneo. O projeto envolve um investimento total de 326 milhões de euros e, segundo o memorando de entendimento assinado em junho deste ano, a amarração do cabo à estação de Carcavelos deverá acontecer no segundo trimestre de 2024.
Já em maio de 2022 ficou concluída a amarração do novo cabo Equiano. Localizado na estação de Sesimbra, o investimento da Google pretende ligar África e Europa. Estrutura de vanguarda com cerca de 15.000 quilómetros, o Equiano tem uma capacidade de 144 Tb/s, o que corresponde a uma capacidade vinte vezes superior à do último cabo contruído para servir a costa ocidental africana. Este será ainda o primeiro cabo submarino com tecnologia de comutação ótica no que toca ao par de fibra, o que se traduz numa maior flexibilidade e eficiência na gestão da capacidade para os diferentes pontos de terminação.
De destacar ainda o 2Africa, projeto da Meta, que com os seus 45.000 quilómetros de comprimento deverá ligar África, Ásia e Europa. Quando estiver terminado – prevê-se que no final de 2023 - o cabo que passa por Portugal será o maior do mundo.
Os cabos submarinos têm quase dois séculos de história e continuam a acompanhar a evolução tecnológica. Uma evolução em que a Altice Portugal marca presença com projetos que colocam o país entre os pioneiros e líderes desta indústria.
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