Como podem as empresas tirar partido da IoT e ajudar na Inteligência Urbana?
Qualquer empresário, gestor ou decisor, já ouviu o termo Internet of Things (IoT) ou Internet das Coisas. Muitos até já incluem o termo nas suas conversas e, nas reuniões, ouve-se muito falar da "importância da IoT". Mas, qual o real valor ou nível de conhecimento que existe sobre o tema?
Nem é preciso falar sobre valores financeiros para perceber que há um caminho ainda longo a percorrer quando se ouvem os autarcas, os responsáveis pelo poder local, os decisores que estão mais próximo das populações e das empresas, falar sobre a Inteligência Urbana.
Sim, as Cidades Inteligentes, ou Smart Cities, também podem ganhar muito com a Internet das Coisas. Mas, tal como foi possível perceber das conclusões relativas ao Smart Cities Summit, o desenvolvimento também tem muito a "aprender" com as cidades. É a partir das necessidades da população, da autarquia, que podem nascer novos conceitos que poderão ter aplicação noutras localidades.
E, como é óbvio, sem pessoas, "as coisas" pouco ou nada importam. Mesmo a Inteligência Artificial, apesar de ser utilizada em máquinas que podem substituir os humanos em algumas funções, como é o caso do Viriato (viatura autónoma que a autarquia de Viseu vai instalar para substituir o atual funicular), só faz sentido quando contribui para o bem estar das populações. Por isso, é muito relevante para as empresas perceberem de que forma podem contribuir para ajudar as cidades a fixar população, a atrair, logo numa primeira fase, pessoas para viver e desenvolver as localidades.
Portugal tem esta particularidade. Apesar de possuir um poder central, tem uma forte autonomia das autarquias. Mas, do outro lado, está a diferença e capacidade dos orçamentos. A diferença de conhecimento que existe em determinados concelhos. E esta componente falta na maioria das localidades. E esse é um dos motivos para que a associação Nacional de Municípios queira levar até à regiões mais interiores este conhecimento sobre Smart Cities.
As autarquias têm de assegurar uma rede escolar de qualidade, infraestruturas de animação, comércio e saúde.
E, neste conhecimento está, como é óbvio, a forma como as autarquias podem recorrer aos Fundos Comunitários para financiar ideias e projetos. Para criar condições atrativas para a fixação de empresas, criação de postos de trabalho para jovens talentos e dar início a uma espiral de crescimento.
De acordo com o estudo sobre o estado de desenvolvimento das smart cities em Portugal, desenvolvido pela NOVA IMS, coordenado pelo subdiretor, Miguel de Castro Neto, é possível perceber que ainda falta investimento a sério nestas áreas. Havendo, por isso, bastante espaço para crescer. No último ano os projetos municipais nesta área passaram de 83 para 106, essencialmente ao nível da energia, mobilidade, inovação e governação.
Apenas 20% das cidades investe até 1 milhão de euros e a maioria (78%) investem até um máximo de 500 mil euros.
Depois, vem a IoT e a IA
A partir do momento em que numa região, por mais remota que seja, haja condições atrativas para os jovens, todas as empresas, áreas e serviços, têm a ganhar. Alargam a sua cobertura, criam novas áreas de negócio, ajudam ao desenvolvimento.
As empresas de telecomunicações assumem um papel preponderante pois, tal como afirma o presidente da Câmara Municipal de Viseu, e vice-presidente da Associação Nacional de Municípios, António Almeida Henriques, "sem Internet ou uma boa rede móvel, é quase impossível atrair jovens para uma localidade".
Mas, além do benefício para as populações, as empresas de telecomunicações precisam de possuir capacidade para ajudar as empresas a desenvolver o seu negócio. No caso da Internet das Coisas, é crucial existirem plataformas que ajudem Startups (de onde surge um grande número de projetos na área das tecnologias) a desenvolver ideias sem terem de recorrer a investimentos de tal forma avultados que acabam com a ideia ainda antes do seu nascimento.
Para desenvolver uma tecnologia que permita, por exemplo, controlar uma vinha ou um rebanho, de forma eficiente, é preciso conhecer a realidade, estar presente no local. E é aqui, nas zonas rurais, longe dos grandes polos urbanos, que a Internet das Coisas pode ajudar a fixar pessoas. E, como se sabe, para isso, é muito relevante a existência de uma rede 4G+, 4,5G e a futura 5G com capacidade de transportar grandes quantidades de dados, de controlar máquinas à distância e com precisão.
São os dados que estão em cima da mesa e é preciso saber olhar para eles e analisar tudo ao pormenor. Possuir dados e não saber o que fazer com eles é completamente inútil. A Inteligência Artificial tem, nesta fase, uma forte intervenção. Analisar dados e permitir, por exemplo, criar uma ferramenta para prever avarias, auxiliar a gerir frotas, monitorizar o estado de saúde das pessoas.
A gestão de espaços verdes, gestão de resíduos ou iluminação pública, são apenas algumas das áreas cruciais para dotar as cidades de inteligência urbana que contribui para o bem estar dos cidadãos e, simultaneamente, para uma poupança financeira e ambiental.
Mas as tecnologias de IoT e M2M (machine to machine) podem mesmo auxiliar as atividades rurais contribuindo, desta forma, para otimizar recursos. As ferramentas de gestão agrícola permitem, por exemplo, controlar a rega de forma a garantir uma grande poupança no consumo de água. Um tema cada vez mais relevante e que tanto preocupou o país com a seca sentida nos primeiros meses do ano.
Para fixar pessoas, é preciso ir mais longe. As autarquias têm de assegurar uma rede escolar de qualidade, infraestruturas de animação, comércio e saúde. E esta última é uma da áreas que mais preocupa um casal que pondera mudar-se para o interior: Se precisar de recorrer a um hospital, serei bem atendido ou só nos grandes centros urbanos posso assegurar uma saúde de qualidade?
Os serviços médicos têm muito a ganhar com a Inteligência Artificial. Cada pessoa tem, atualmente, na sua mão, uma ferramenta que permite monitorizar, por exemplo, o ritmo cardíaco. Os smartphones já são, hoje em dia, uma ferramenta que ajuda a controlar a saúde, o exercício físico e recolhem, em tempo real, dados relativos ao estado de saúde de uma pessoa tornando-a numa espécie de paciente num ambiente de realidade aumentada.
A saúde será uma das áreas que tem de se acomodar às novas tecnologias. Atualmente, já existem consultas a ser realizadas à distância, sem ser necessária uma deslocação (pelo menos numa primeira fase) do paciente para as urgências de um hospital. E só esta funcionalidade, que permite a um médico aceder remotamente a uma série de dados relativos ao estado e saúde de uma pessoa, tem um impacto de grande dimensão naquilo que são os serviços de saúde como os conhecemos hoje em dia.
Um dos factores que ainda afastam os casais jovens das zonas do interior está relacionado com os cuidados de saúde. Ao ser possível realizar diagnósticos à distância, através da análise de dados, e obter resultados em poucos segundos, a comunidade médica pode ser reorganizada e os meios disponíveis optimizados, de forma mais eficaz, para as situações mais graves. Mesmo em localidades mais remotas.
Existem centenas de empresas, aplicações, a trabalhar para desenvolverem ferramentas de monitorização e partilha de dados clínicos. Isto vai acelerar processos e auxiliar os médicos a alcançar um diagnóstico com base na partilha de informação, de dados clínicos de pacientes, diagnosticados no outro lado do mundo.
Mas, a Inteligência Artificial ainda agora começou a brilhar!
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