Competências digitais ainda estão em falta na Europa
Os últimos dados do Digital Scoreboard divulgados pela União Europeia confirmam que ainda subsistem falhas no nível de evolução digital europeu, que são mais graves em alguns países. Portugal está no grupo dos Estados Membros mais avançados mas tem déficits significativos na área das competências.
De acordo com a informação, em média, 22% das residências europeias usam ligações à Internet com um débito igual ou superior a 30 Mbps. Bélgica, Holanda e Malta são os países onde este tipo de ligações têm maior peso. As redes de nova geração já estão acessíveis para mais de 70% das residências, sobretudo nas zonas urbanas, onde estão a maior parte das casas passadas com estas tecnologias. Nas zonas rurais, as infraestruturas de nova geração só cobrem 28% das populações.
A Internet móvel cresceu exponencialmente no último ano, com 69% dos lares europeus a terem pelo menos um membro da família a utilizar este tipo de serviços.
As falhas não se registam tanto a nível dos acessos mas sim de competências digitais. 45% dos europeus não detém competências para utilizar a maioria dos serviços online, mesmo os serviços disponibilizados pelo Estado.
Portugal está a meio da tabela a nível de índices digitais, e garante uma pontuação de 0,53 na mais recente edição deste ranking, face a uma média europeia de 0,52 pontos. O país ocupa a 14ª posição entre os 28 países da União, mantendo-se no grupo dos mais avançados deste índice de digitalidade da economia e sociedade.
Entre os pontos mais positivos apontados a Portugal voltam a estar as infraestruturas de banda larga, que chegam a mais de 90% da população.
O governo eletrónico também volta a dar nota positiva a Portugal, que no que se refere a este indicador surge na 8ª posição da tabela, a par da digitalização das empresas. O sector empresarial português é o 2º da União Europeia na utilização de tecnologias como o RFID e o quinto na partilha de informação eletrónica dentro das empresas.
Pela negativa, voltam a assumir destaque a falta de competências digitais de metade da população, que se refletem de várias formas, nomeadamente na baixa utilização dos serviços online. Quase 30% da população portuguesa continua aliás sem nunca ter utilizado a Internet.