Blog MEO Empresas - Inovação, Internet, 5G, Fibra, IoT e Cloud

Muitas vezes são artigos que se limitam a listar as tendências e basta ter passado pela Web Summit para perceber que existem milhares de gadgets, sensores, aplicações, ideias, assentes na Inteligência Artificial, na análise de dados, Realidade Virtual e Realidade Aumentada, tudo preparado para enfrentar o mundo da Internet das Coisas. Os visitantes passam horas a tentar absorver tudo o que é apresentado, a ouvir tendências, a curiosidade em saber como evoluiu a Sophia e até para ver o cão robot. Mas, ao fim de cinco dias, para a maioria, a dúvida continua: "onde vou eu aplicar isto tudo?"

Não precisa de pensar muito porque, na verdade, não vai aplicar tudo, pelo menos no imediato e, em alguns casos, nem sequer nos próximos anos. As tendências são bastante relevantes para manter o foco nas coisas realmente importantes e selecionar aquelas que, em determinado prazo, poderão vir a ser úteis.

Uma empresa que se dedica a realizar entregas, por exemplo, poderá estar atenta ao desenvolvimento do mercado de drones ou viaturas autónomas, mas é preciso manter o foco nas aplicações mais reais e imediatas que podem catapultar o negócio. Como um bom serviço pós-venda, por exemplo, digital e até com sistemas automatizados para dar resposta a uma série de dúvidas que se podem colocar aos clientes. E, claro, um canal personalizado e célere que forneça proximidade e segurança a quem adquire produtos através da loja online.

Um simples sensor ou software de gestão de encomendas poderá ser aquilo que precisa para traçar o rumo em direção à liderança. Entregar com drones pode ser um sonho, para as empresas e clientes, mas ainda são necessários alguns anos de testes.

Por isso, deve separar sempre aquilo que é a ambição dos projetos concretos e concretizáveis a curto prazo. Obviamente, se tiver de escolher por aplicar um software mais simples de um que contempla a possibilidade de tecnologias futuras, este último talvez seja atrativo, caso a análise de custo o justifique. Desta forma mantém o foco no essencial e vai possuir um software mais robusto, com capacidade de crescimento e mantém a empresa com um nível de conhecimento mais atual. Quando a mudança surgir, será mais simples a sua adaptação.

A próxima década

Como humanos gostamos de ter as ideias organizadas e mentalmente o início de um ano, apesar de ser um dia como os outros, dá sempre aquela sensação de renascimento. Um começar do zero que, na verdade, é apenas o virar de mais um dia, outro mês e outro ano no calendário. Para 2020 corresponde ainda ao início de uma nova década e por isso mesmo multiplicam-se as projeções. Para começar, o início da década é pouco consensual e há mesmo quem diga que a década só se inicia em 2021. 

Invariavelmente, há a tendência de fazer comparações com as projeções dos últimos 10 anos, o que se previa em 2010 ou, pegando nos exemplos futuristas de Hollywood ou da famosa série da britânica ITV, onde estão as previsões de Espaço 1999? Ou seja, de acordo com as previsões da ficção científica (que tantas vezes acertam) há 20 anos que já deveríamos viajar pelo espaço e realizar deslocações de matéria através de teletransporte de matéria, entre outras "previsões" que se mantêm no campo teórico sem solução para aplicação prática. Quem sabe, com a evolução da física quântica tudo isto se torne real de um momento para o outro.

Mas, para os negócios, o que deve ter em conta é a realidade ou as tecnologias que, de alguma forma, contribuem para manter as empresas na liderança. Tal como na vida, é bom sonhar, traçar objetivos para o futuro próximo, mas manter os pés bem assentes na realidade com o esforço direcionado para aquilo que, no final do dia, do mês, do ano ou da década, vai tornar a empresa rentável.

A digitalização continua a ser uma mais valia, com a migração para a cloud, renovação do parque de computadores e smartphones, mas talvez ainda seja cedo para comprar uma frota de drones. Numa ação de team building, no entanto, talvez seja vantajoso usar esta tecnologia para incentivar a equipa a olhar para o futuro.

Por isso, não se assuste com as listagens de tendências. Muitas servem apenas para traçar horizontes e algumas nem sequer chegam a ver a luz do dia. Foque-se naquelas que lhe trazem vantagens imediatas e catapultam o negócio para o topo. Mobilidade, digitalização, eficiência e foco no cliente são quatro pilares para o sucesso.

Tudo isto pode ser implementado em poucos meses deixando a empresa preparada para fazer face à próxima década.