Inovar à grande numa PME
A capacidade de inovar é transversal a grandes e pequenas empresas e, a este nível, o tamanho não conta mesmo. O desafio passa por apostar nas competências diferenciadoras e por criar uma proposta de valor adequada ao posicionamento que quer assumir, seja qual for a área de negócio ou o setor em que atua
Desafios como a globalização e a digitalização estão a empurrar as empresas para a inovação, um conceito que ainda assusta alguns empresários que o associam a grandes investimentos em tecnologia ou em patentes, o que levaria muitas pequenas e médias organizações a fechar as portas. No entanto, o processo de inovação empresarial é muito mais do que isso e está presente em todas as áreas de uma empresa. A implementação de novos processos ou formas de fazer negócio, a requalificação dos recursos humanos, uma cuidada aposta na digitalização ou o lançamento de novos produtos e serviços são apenas alguns exemplos de como as organizações podem inovar. Cada empresa encontrará o seu caminho e o seu ritmo, mas o importante é que não perca o comboio da competitividade.
Independentemente da sua dimensão, as empresas mais atentas à inovação terão sempre uma maior capacidade de enfrentar dificuldades pois tornam-se mais competitivas e ágeis na transformação. Para facilitar o processo de inovar de forma contínua, muitas PME motivam as suas equipas a partilhar ideias e a pensar 'fora da caixa' mesmo quando as sugestões não estão diretamente relacionadas com a atividade core da empresa – existem organizações que incentivam a realização de dias criativos para fomentar a participação dos colaboradores, de onde muitas vezes resultam ideias para novos projetos de negócio; outras premeiam, através de ofertas ou um valor simbólico, as melhores sugestões. Por outro lado, a aproximação das empresas às universidades e a outros polos de conhecimento pode revelar-se um bom caminho para chegar à inovação, nomeadamente através do financiamento de projetos de investigação ou patrocínio de um concurso de ideias.
Estes são apenas alguns exemplos do que as empresas nacionais estão a fazer ao nível da inovação. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer na generalidade do tecido empresarial. Segundo revela um estudo da Ricoh Europa, 59% das empresas de pequena e média dimensão no Velho Continente não estão preparadas para a disrupção digital no seu setor, pelas mais diversas razões e, mais de metade destas, têm a consciência de que poderão desaparecer do mercado caso não apostem na inovação. Uma tendência que se estende a território nacional onde, diz o mesmo estudo, 63% das organizações ainda têm como prioridade aumentar as receitas e só depois procurarem a inovação.
De acordo com a mesma pesquisa, daquelas que já têm uma estratégia para a inovação, 65% acredita que é no desenvolvimento de produtos que reside a sua capacidade inovadora e, por isso, são também as que mais investem em novos e mais qualificados recursos humanos. A importância da tecnologia é outro dos fatores destacados por 74% dos gestores nacionais como facilitador da inovação.
Sobrevivência depende da inovação
Acompanhar as tendências e a evolução do mercado e, muitas vezes, antecipar caminhos é uma das mais importantes missões da inovação, especialmente em ambiente PME. Não se trata apenas de modernizar o negócio, mas de garantir um posicionamento que torne a empresa mais eficiente, produtiva e, consequentemente, mais competitiva e melhor preparada para um clima económico que pode revelar-se instável, mas também para a exigência de atuar no mercado cada vez mais global. Sem esta veia inovadora, as empresas de pequena e média dimensão arriscam-se a perder o pé num oceano de negócios iguais a tantos outros.
A aposta na inovação traz também outras mais-valias para as PME, que se traduzem na otimização dos recursos humanos – mais formação, equipas mais focadas e especializadas, etc... -, o que também contribui para o crescimento do negócio e para a diferenciação da oferta. Isto não significa, contudo, que a mesma receita não funcione também nas grandes organizações. As regras são as mesmas, a capacidade de execução e de investimento é que é totalmente distinta.
Ainda assim, estas empresas de maior dimensão não são, normalmente, tão ágeis e reativas à mudança como as PME pois a sua estrutura muitas vezes dificulta uma tomada de decisão e/ou uma mudança de estratégia rápida. Aqui, as PME batem as 'grandes' pois têm equipas mais pequenas, mais ágeis, e preparadas para assumir desafios multidisciplinares, tudo em nome da eficiência operacional do negócio. Uma vantagem adicional das organizações de menor dimensão é ainda a capacidade de ver o negócio como um todo, bem como um envolvimento mais próximo e sem barreiras de todos os níveis da hierarquia.
Quando as empresas desenvolvem um verdadeiro processo de inovação, todas as áreas do negócio têm que ser analisadas e repensadas, sejam processos e metodologias, sejam documentos ou sistemas de partilha de informação. A tecnologia deverá ser a ferramenta de transformação por excelência e tem que adaptar-se às necessidades do negócio. Muitas empresas fazem o contrário, procurando ajustar o negócio à tecnologia, o que não comporta resultados tão eficazes.
Tirando partido da cadeia de valor em que estão envolvidas, as empresas devem tentar envolver os clientes, fornecedores e parceiros de negócio no seu processo de inovação. Com esta ajuda, podem surgir melhorias propostas para quem olha o negócio de uma perspetiva diferente.
Não obstante o longo caminho que o país precisa de trilhar na direção da inovação, no universo da União Europeia (UE), as PME nacionais estão bem cotadas no que toca aos processos inovadores. Segundo dados da Comissão Europeia, Portugal foi, em 2018, líder na UE na área das pequenas e médias empresas inovadoras. No entanto, apesar do pomposo título, o país obteve apenas a classificação de "inovador moderado", com uma pontuação de 97,63, tendo ficado atrás de países como a Suécia, Finlândia, Dinamarca e Holanda, que dominaram a tabela no ano passado com a designação de "inovadores fortes".
Sou uma PME inovadora?
Se responder sim a todas as questões abaixo, então está no bom caminho e a sua empresa será certamente inovadora.
1.Tem uma estratégia de inovação clara, sustentada e agregadora?
2. A organização está configurada para inovar de forma recorrente?
3. Há processos bem definidos para operacionalizar a estratégia?
4. Desenvolve actividades transversais para potenciar a inovação?
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