Narrowband IoT: mais um passo para mudar o mundo?
Nos últimos anos, a Internet das coisas (IoT) passou de conceito futurista a uma realidade bem presente no dia a dia das empresas, das famílias e das cidades. Com o crescimento desenfreado a que temos assistido um pouco por todo o globo, é agora necessário perceber o papel que as inovações tecnológicas podem ter na atividade empresarial e de que forma podem as organizações beneficiar delas.
Noutros tempos, seria difícil imaginar que teríamos um mundo cheio de “coisas” ligadas em rede, que comunicariam entre si de forma permanente e sem necessidade de interferência dos humanos. Recentemente começámos a ver cada vez mais dispositivos, sensores e outros objetos a ganhar vida através da capacidade de computação e a serem utilizados em todos os setores de atividade económica, para facilitar processos e tarefas.
Com a Narrowband IoT (NB-IoT), a Internet das coisas pode levantar voo e atingir patamares de crescimento sem igual, ajudando as empresas a criarem novas formas de negócio, mas também a adaptarem os seus atuais produtos e soluções a uma nova realidade. É por isso necessário olhar para a NB como uma ferramenta ao serviço das organizações e da sociedade, para dar mais um passo no longo percurso da transformação digital.
Com a utilização da NB-IoT, o consumo energético desce consideravelmente, permitindo alcançar uma vida útil das baterias de cerca de 10 anos.
Para se ter uma ideia da importância desta tecnologia basta olhar para os números. Segundo o Statista, em 2017 existiam já mais de 20 mil milhões de “coisas” ligadas em todo o globo, prevendo-se que até 2022 este número dispare para cima dos 50 mil milhões de dispositivos e sensores de IoT. Valores que impressionam, mas que ganham ainda maior relevo quando se analisa o impacto financeiro deste crescimento: o mercado de IoT está atualmente avaliado em mais de 170 mil milhões de dólares, sendo que até 2025 deverá representar mais de 561 mil milhões.
Para as empresas existe um desafio fundamental: como gerir uma imensidão de dispositivos de forma fácil, rápida e financeiramente viável? É aqui que entra a NB, uma banda mais estreita, disponível nas redes de 2G/3G/4G, que funciona de forma independente para uma interligação massiva de “coisas”, utilizando as infraestruturas já existentes.
Uma das dúvidas recorrentes em relação à NB-IoT tem a ver com a integração na cobertura 5G. Como explica Inês Ferreira, responsável pela Gestão de Produto M2M e IoT da PT Empresas, "estamos habituados a falar do 5G com muita velocidade e mínima latência, mas para objetos que têm outras necessidades já se sabe que o NB-IoT é o protocolo que vai fazer parte do 5G. Não vai contra o 5G, mas é uma das ‘pernas’”. Ou seja, a utilização do 5G será muito importante para comunicações com elevadas quantidades de dados, com velocidade e estabilidade garantidas – ideal para os veículos autónomos, por exemplo –, enquanto o protocolo NB-IoT estará mais voltado para a transmissão de pequenas porções de dados, que exigem menor largura de banda.
Vantagens para as empresas
Para o setor empresarial, a utilização desta banda estreita irá permitir implementar soluções mais rápidas, baratas e eficientes. Como? Através da adaptação dos sensores instalados de forma a que seja possível receberem a NB-IoT, ou seja, um cartão SIM semelhante aos utilizados nos telemóveis.
As mais-valias começam desde logo na eficiência energética. Imaginemos um mundo com milhares de milhões de dispositivos conectados, que funcionam à base de baterias, que têm, eventualmente, de ser substituídas – seria impensável, em termos práticos, que fosse necessário mudá-las de seis em seis meses. Com a utilização da NB-IoT, o consumo energético desce consideravelmente, permitindo alcançar uma vida útil das baterias de cerca de 10 anos, tornando mais viável a utilização de um número tão elevado de sensores. Seguindo o mesmo raciocínio, se é possível utilizar menos energia, os custos de implementação destes sistemas de IoT também se reduzem de forma exponencial.
Por outro lado, a NB permite também simplificar o percurso da comunicação de dados recolhidos pelos sensores. Se até aqui era necessário ter um sensor ligado a uma gateway física para garantir a conectividade, deixa agora de ser essencial para garantir a transmissão de dados e, por consequência, ajuda a baixar os custos.
O alcance e a capacidade de funcionamento da NB-IoT em locais com pouca cobertura de rede são outros argumentos que ajudam a perceber o impacto que esta banda estreita pode ter no desenvolvimento e crescimento da Internet das coisas. Seja em ambiente offshore ou até em zonas subterrâneas, a NB é capaz de assegurar a comunicação dos sensores de forma segura e confiável.
Assim, enquanto até aqui as soluções disponíveis no mercado da LPWA (Low Power Wide Area) estavam “fragmentadas e não padronizadas”, resultando em menor “confiabilidade, baixa segurança, altos custos operacionais e de manutenção”, como refere a Huawei num white paper sobre o tema, a tecnologia NB-IoT permite colmatar essas falhas. Além disso, traz as vantagens que já vimos – “cobertura ampla, atualização rápida da rede existente, baixo consumo de energia, garantindo 10 anos de duração da bateria, alto acoplamento, terminal de baixo custo, plug and play e alta confiabilidade”.
Multiplicidade de aplicações
O potencial de utilização da NB-IoT ao serviço da sociedade é imenso. Além da aplicação na construção das smart cities – desde lâmpadas inteligentes a sistemas de parqueamento automóvel, passando pela gestão das redes de energia –, há todo um novo mundo à espera de beneficiar desta inovação.
É, por exemplo, uma ferramenta essencial para dar mais um passo no sentido da implementação do conceito da Indústria 4.0. Desta forma, será possível tornar os processos de fabrico mais eficientes e inteligentes através da conectividade de máquinas, dando mais informação, em tempo real, sobre o funcionamento das fábricas.
Da mesma forma, a tecnologia estará cada vez mais disponível para auxiliar os cidadãos em tarefas do dia a dia. A localização de pessoas, animais ou objetos, assim como a aplicação a sistemas de alarmes de intrusão ou incêndio em residências, tornar-se-á progressivamente mais fácil e viável de implementar devido aos baixos custos dos sistemas.
“As áreas [de aplicabilidade da NB-IoT] são imensas, mas é preciso começar rapidamente. Temos imenso potencial”, defende Mário Sousa, diretor de Produto e Pré-Venda da PT Empresas. O responsável acrescenta ainda que, além do vasto leque de possibilidades de utilização para as organizações, “esta solução vai chegar também às nossas casas”, pelo seu caráter simples.
A NB-IoT surge, assim, como uma ferramenta capaz de ajudar as empresas a criarem novas formas de negócio, quer por via da adaptação de soluções e sistemas já existentes nos seus portefólios, tornando-os mais eficientes e acessíveis, quer por via da criação de novos produtos. Os mercados nacional e internacional são, por isso, o campo ideal para o alargamento da atividade, cujo limite é apenas o da imaginação e da criatividade empresarial.
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