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As preocupações ultrapassam muito das tarefas do dia-a-dia e estendem-se ao planeamento estratégico, em conjunto com a gestão e administração das suas empresas, e a antecipação das tendências. Muitos responsáveis pelas tecnologias nas empresas já sentem essa pressão e a consultora Gartner admite mesmo que a natureza do trabalho dos CIOs está a mudar e que é importante definir uma linha de atuação para não serem relegados para segundo plano.  

À medida que as empresas desenvolvem processos de transformação digital as exigências são maiores e estendem-se às diferentes áreas das organizações, ultrapassando as “paredes” tradicionais dos departamentos de TI.  E com o nível de evolução da tecnologia, e simplificação das soluções, parece fácil que o responsável pela logística ou pelo marketing compre soluções alojadas na Cloud. Mas o princípio é errado e pode causar problemas a longo prazo.

O CIO tem de ter o poder, e a visão, para antecipar as necessidades das áreas de negócio e sugerir as melhores soluções, encontrando uma resposta que seja integrada, sustentável e gerivel dentro da infra-estrutura da organização. Sempre que alguém compra uma ferramenta que não está integrada com os dados gerados por outras aplicações está a desperdiçar dinheiro, porque pode resolver um problema a curto prazo mas a médio e longo prazo cria novos silos e gera ineficiências.

Segundo a Gartner, os CIOs têm de ultrapassar os modelos mais simples e passar de controle de custos a engenharia de processos, mostrando-se focados também na geração de receitas e na exploração de dados, numa visão mais estratégica e plenamente integrada no negócio.

Um estudo realizado junto de mais de 3,1 mil CIOs de 98 países mostra que as expectativas são semelhantes, e que o principal desafio é que os responsáveis pelas tecnologias se tornem líderes da mudança, assumindo nesse percurso mais tarefas de responsabilidades.

As novas tendências de inteligência artificial, a IoT e a cibersegurança estão também no radar dos CIOs e trazem um grande potencial de mudança, exigindo novas competências que não são fáceis de adquirir.  

O crescimento é a principal meta para 2018 na análise dos CIOs inquiridos pela Gartner, e a convicção é de que a utilização de produtos e serviços digitais possa contribuir para novas formas de gerar receitas, valor de negócio e envolvimento dos consumidores.

Ao focarem a sua atenção para além das ferramentas tradicionais de tecnologias da informação, os CIOs podem contribuir para uma mudança cultural nas empresas, que é essencial na Transformação Digital como já se destaca no White Paper publicado em Novembro pela PT Empresas.

O que mantém os CIOs acordados?

Um estudo realizado pela CIONET, uma comunidade de executivos de TI, procurou analisar quais os temas que preocupam os responsáveis pelas tecnologias nos vários países europeus onde atua.

Na análise, 60% dos entrevistados afirmaram que a gestão de dados está no topo da agenda, e que a preocupação vai muito além do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) e se estende a Data Governance, Dark Analytics e Machine Learning.

O desafio de construir a arquitectura de TI certa na empresa está também nos primeiros lugares dos temas que mantêm os CIOs acordados, lidando com a complexidade das tecnologias implementadas e das novas soluções, aplicações e microserviços.

Curiosamente, algumas tecnologias disruptivas, como a impressão em 3D e a robótica, bem como a tecnologia Blockchain, não estão no topo da agenda dos CIOs.