O que o apagão ibérico revelou sobre a resiliência das redes móveis em Portugal
No final de abril, uma grande falha de energia atingiu a Península Ibérica; relatório Ookla revela a resposta das operadoras em Portugal.
No final de abril, a Península Ibérica enfrentou uma das maiores falhas de energia dos últimos anos.
Este apagão não só deixou milhões de pessoas e empresas sem eletricidade, como testou, em tempo real, a capacidade das redes móveis de suportarem uma crise sem precedentes.
Agora, um relatório da Ookla Research lança luz sobre a forma como as operadoras em Portugal reagiram — e os resultados foram reveladores.
O estudo intitulado “Da vulnerabilidade à resiliência: como as redes móveis de Portugal lidaram com o apagão na Península Ibérica” oferece uma análise detalhada do comportamento das redes móveis durante esse período crítico.
Entre as principais conclusões, destaca-se a enorme variação entre o desempenho das operadoras portuguesas, com algumas a conseguirem manter níveis consideráveis de serviço, enquanto outras viram grande parte dos seus clientes temporariamente desconectados.
A força da preparação técnica
O que determinou a diferença entre falhar e manter o serviço não foi o acaso. O relatório aponta que a existência de reservas energéticas robustas — como baterias instaladas nas estações base — foi um fator determinante.
As operadoras que investiram em redundância energética e em soluções de continuidade operacional conseguiram atrasar e, em muitos casos, atenuar os efeitos da falha de energia.
Enquanto algumas redes registaram picos de mais de 70% de clientes sem serviço, outras limitaram esse impacto a menos de 20%. Esta assimetria mostra como o grau de preparação das infraestruturas é fundamental em situações de crise.
Tráfego disparou com redes fixas fora de serviço
Com as redes elétricas inoperacionais, o serviço de internet fixa e WiFi ficaram inutilizáveis. Esta limitação levou a um aumento exponencial da procura por serviços móveis.
Apesar da pressão, algumas operadoras conseguiram garantir a estabilidade da rede sem restrições técnicas, graças à implementação rápida de planos de contingência e à gestão inteligente do consumo energético.
Empresas sentem impacto direto na produtividade e operações
Para o tecido empresarial, o apagão trouxe sérias consequências.
Sem eletricidade e com as redes fixas indisponíveis, muitas empresas ficaram temporariamente paralisadas.
Atividades como vendas online, atendimento ao cliente, sistemas de faturação e operações logísticas foram interrompidas ou fortemente limitadas.
Pequenas e médias empresas, particularmente aquelas com menor capacidade de redundância tecnológica, foram as mais afetadas, enfrentando quebras abruptas na produtividade e dificuldades de comunicação com clientes e fornecedores.
Além disso, o aumento da dependência das redes móveis gerou congestionamentos em zonas urbanas e empresariais, dificultando ainda mais o acesso a serviços digitais.
A falta de conectividade revelou vulnerabilidades críticas em setores que dependem da cloud, do e-commerce e de plataformas digitais para funcionar.
Este evento evidenciou a urgência de planos de continuidade de negócio mais robustos, bem como da necessidade de soluções de backup energético e de telecomunicações alternativas para evitar disrupções futuras.
Portugal revelou maiores disparidades do que Espanha
Uma comparação entre os dois países ibéricos mostra que, em Portugal, as diferenças entre operadoras foram mais marcadas do que em Espanha.
Enquanto as redes espanholas apresentaram respostas mais uniformes, em Portugal ficou clara a disparidade entre operadoras mais preparadas e aquelas que revelaram vulnerabilidades significativas.
Lições para o futuro: investir em resiliência não é opcional
Este episódio serviu como um alerta para o setor.
A resiliência das redes móveis não pode ser encarada apenas como uma vantagem competitiva — é uma necessidade operacional.
A capacidade de manter a conectividade em momentos críticos tem impacto direto na segurança, na economia e no bem-estar dos cidadãos.
Mais do que nunca, torna-se evidente que o investimento contínuo em infraestrutura, energia de reserva, certificações de continuidade do negócio e equipas técnicas altamente capacitadas é essencial para garantir um serviço confiável, mesmo nas situações mais extremas.
Um exemplo de resiliência: a resposta diferenciada de uma operadora
Entre todas as operadoras avaliadas no relatório da Ookla, o MEO destacou-se claramente como a que apresentou o melhor desempenho durante o apagão.
Com apenas cerca de 16% dos seus clientes a perder temporariamente o serviço — valores significativamente inferiores aos das restantes operadoras —, a sua rede mostrou-se mais estável e resistente face à falha energética.
Este resultado foi atribuído, sobretudo, à capacidade da operadora de manter reservas energéticas bem distribuídas, ativar rapidamente planos de contingência e otimizar a sua infraestrutura para garantir continuidade operacional.
Uma resposta que evidenciou a importância de antecipação, investimento estratégico e compromisso com a fiabilidade do serviço em momentos críticos.
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