OCDE: Governos precisam de ser mais eficazes para potenciar a economia digital
A Internet tem crescido de forma rápida em todo o globo, trazendo benefícios significativos para a economia e sociedade. Melhorar o acesso e participação na economia digital implica uma colaboração entre todos os intervenientes, incluíndo governos, de forma a encontrar novas abordagens às políticas para o desenvolvimento.
Os governos têm de atuar de forma mais rápida para ajudar as pessoas e empresas a fazer um melhor uso da internet e para remover as barreiras à inovação digital. Com a passividade, pelo contrário, de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), há o risco de perder todo o potencial dos benefícios económicos e sociais da economia digital.
Esta preocupação foi passada pela OCDE a mais de 40 ministros e altos representantes dos mais de 40 países presentes na Reunião Ministerial sobre Economia Digital realizada em Cancun, no México.
65% das crianças de hoje vão exercer profissões que ainda não foram inventadas.
Angel Gurría secretário-geral da OCDE, reforçou que a legislação e políticas nacionais, em todas as áreas, da Educação ao investimento, não estão a acompanhar a velocidade da inovação digital.
Inovação e abertura da internet
Graças à internet, agora, mais do que nunca, o mundo está a realizar negócios a nível global. A informação flui através das fronteiras e ultrapassa-as a uma velocidade sem precedentes.
Estes fluxos de informação são importantes para o comércio, inovação, empreendedorismo, crescimento e prosperidade social.
Promovendo a natureza aberta, de distribuição e interligação da internet, encorajar a colaboração entre os intervenientes é um ponto chave para manter os países num caminho de desenvolvimento positivo.
De acordo com a OCDE, a partilha de experiências e conhecimento irá permitir aos países a criação de melhores políticas, e mais fortes, para a economia digital. Beneficiando, desta forma, os cidadãos e o futuro da prosperidade económica.
Conectividade global
Vivemos num mundo onde a mudança é a única constante. Os modelos de negócios construídos, respetivamente, no fixo, sem fios e infraestrutura de transmissão convergiram. Serviços fornecidos sobre diferentes redes são agora oferecidos numa única rede – a internet. Os aparelhos podem interagir uns com os outros sem intervenção humana e os consumidores têm do seu lado possibilidades como nunca tiveram.
Neste mundo digitalizado e ligado, como assegurar que as economias e sociedades estão preparadas, os negócios (em especial as Pequenas e Médias Empresas) – conseguem adaptar-se, e os governos utilizam de forma mais eficiente as novas tecnologias em áreas como a saúde, transportes e energia?
À medida que os próximos 50 mil milhões de aparelhos ficam online, os legisladores terão de lutar pela neutralidade tecnológica, inovação e promoção de novos modelos de negócio.
Os governos terão de trabalhar de forma mais horizontal através das suas organizações e entre níveis, particularmente em assuntos relacionados com a privacidade e segurança.
Flexibilidade, transparência, igualdade e, até onde for possível, alguma “miopia” será importante para o desenvolvimento da Internet das Coisas (IoT).
Confiança na Economia Digital
À medida que os mercados digitais crescem e o panorama para os consumidores se torna mais complexo, emergem a regulação e proteção dos consumidores. Uma regulação feita à medida, ao nível da proteção dos consumidores, é crucial para ajudar ao nível da confiança e potencia a prosperidade dos mercados digitais, incluindo a economia de partilha.
À luz do crescimento da interdependência de rede das sociedades, as preocupações com a privacidade e segurança prevalecem mais do que nunca e serão um diferenciador competitivo.
Os governos e empresas podem estabelecer condições para uma maior cooperação no desenvolvimento e implementação de estruturas para gestão de risco e segurança, que estão alinhadas com a visão social e estratégica para a economia digital.
Formação para profissões do futuro
À medida que a tecnologia simplificou as nossas vidas, tornou o mercado de trabalho mais complexo. Alguns trabalhos a tempo inteiro estão a mudar para sistemas “on-demand”.
As capacidades necessárias atualmente não são, necessariamente, as que irão ser procuradas no futuro.
Enquanto alguns trabalhos deixaram de ser requisitados, novas profissões e funções são criadas a toda a hora.
Políticas apropriadas são cruciais para favorecer a transferência de recursos – mão de obra, investimento, empresas – do declínio para sectores em crescimento.
A grande questão é: como treinar e formar a força de trabalho do futuro? Qual será o mix de competências necessárias – técnicas, administrativas, comunicações? Como podemos assegurar que as pessoas com menos competências e trabalhadores mais idosos estão preparados e conseguem adaptar-se?
É crucial um novo olhar para a educação, treino e nova formação dos que já estão no mercado de trabalho para ir ao encontro da rápida mudança na procura de novas competências.