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"Do ponto de vista de infraestrutura estamos no limite da capacidade. Construímos 22 mil metros quadrados de estrutura temporária e creio que atingimos o número perfeito para o evento de Lisboa, do meu ponto de vista", sublinhou o CEO da Web Summit.

Sobre o evento, considera que já ultrapassa em muito o simples encontro de inovações tecnológicas ao considerar que a Web Summit é, agora, uma espécie de "melting pot de tecnologia". 

“Claro que, no passado, era interessante aprender sobre novas tecnologias e sobre empresas que estavam a criar inovação" mas, acrescenta, "são muito interessantes as discussões cada vez mais sérias que vamos assistir aqui. Tornou-se um melting pot de tecnologia”,

Agricultura e tecnologia

Recordando as suas origens na Irlanda, Paddy Cosgrave falou ainda daquilo que se pode prever para o futuro ao nível da tecnologia colocando a agricultura e segurança alimentar no topo das prioridades. Com uma pegada de carbono substancial, associada ao evento, Paddy Cosgrave lamenta que todo o esforço que é feito não consiga compensar tudo mas garante que esta é uma preocupação do evento.  

"O meu foco agora está na parte editorial do evento. Venho de uma quinta, não temos (na Web Summit) um foco na agricultura, mas a alimentação e segurança alimentar do futuro é incrivelmente importante e há ainda muita inovação para acontecer".

Para o CEO da Web Summit este encontro de ideias e debates que vão além da "simples" programação e que abordam a ética, política, economia e sociedade, são também relevantes para o futuro do evento.

E lança mesmo o tema para discussão: "iremos chegar a um ponto onde um polícia de social media vai mandar encostar e passar uma multa por estarmos a escrever tweets anti-sociais? Será isto totalmente inimaginável ou impossível. Já atingimos este patamar noutros sectores da sociedade". Perante estas discussões mais filosóficas, Paddy Cosgrave lança temas que, na sua opinião, serão discutidos nos próximos cinco anos.

A Web Summit reúne na FIL e Altice Arena cerca de 70.469 pessoas de 163 países. Destes, 46,3% são mulheres. A estratégia de criar o Women in Tech tem feito aumentar a afluência feminina nas duas últimas edições do evento. Vale a pena recordar que em 2018 as mulheres representaram cerca de 44,5%.