Uma viagem de bicicleta na era da Internet das Coisas
Há uns anos, mais de três décadas, a mãe pediu ao filho para ir comprar uma garrafa de vinho à mercearia. Ficava ao fundo da rua e a bicicleta, uma chopper (roda 16 à frente e 20 atrás), era o meio de transporte incontornável.
Dinheiro no bolso dos calções, bomba numa mão (porque o pneu precisava de ser cheio a cada viagem) e garrafa na outra (porque nessa altura as garrafas tinham depósito e era preciso levar uma vazia para trazer outra cheia).
Uma pequena pedra no caminho fez a roda dianteira rodar bruscamente. A bicicleta empinou e o rapaz saiu disparado. O alcatrão era o seu destino.
Resultado, um joelho todo esfolado e sangue que escorria até aos pés. Ainda hoje, passados 35 anos, a cicatriz faz recordar aquele momento.
O rapaz levantou-se, seguiu até a loja, comprou o vinho e regressou a casa. Levou o raspanete da mãe e ainda a viu ficar preocupada com o facto de ter caído e deixado o joelho naquele estado. E ela em casa, sem saber o que lhe tinha sucedido.
Nos dias de hoje, em plena era da Internet das Coisas, esta história teria outros contornos. Para começar, o vinho nunca iria faltar porque a tecnologia já permite que, premindo um botão colocado na nossa dispensa, façamos encomenda imediata de produtos que estão a acabar. Depois, os depósitos das garrafas deixaram de existir há uns anos, graças à reciclagem.
Compete às empresas desenvolverem a Internet das Coisas com serviços, aplicações, que ajudem a facilitar a vida e os negócios.
Mas imaginemos que o rapaz vai na sua bicicleta, modelo moderno, até à mercearia. No momento da queda, a mãe recebe um alerta no telemóvel, consegue monitorizar o estado do filho, graças à roupa “inteligente” e até enviar um drone para conseguir ver o estado do rapaz.
Aliás, num futuro muito próximo o rapaz das entregas poderá ser um drone.
A Internet das coisas e as coisas da Internet
Está na moda e é incontornável ouvir falar da Internet das Coisas. Há mesmo quem vá mais longe e fale da Internet de Todas as Coisas. Porque, na verdade, nesta fase de crescimento, tudo pode ser incluído neste conceito.
Mas há que distinguir a Internet das Coisas das coisas da internet. Antes de entrar em pormenor na IoT, é preciso esclarecer que não se resume ao M2M (machine to machine). Uma comunicação “simples” entre máquinas, sem intervenção humana.
No fundo, trata-se de um equipamento que captura um evento, o transmite através de uma rede para uma aplicação que o traduz em informação com sentido.
No conceito de IoT, a comunicação entre máquinas existe mas com um nível mais avançado de interação e interpretação de dados. Uma rede de “coisas” identificáveis (através de um identificador único) que comunicam entre si, sem interação humana, através de conectividade IP.
Não vale a pena ficar confuso. Uma comunicação simples M2M pode ser, por exemplo, um equipamento que liga e desliga a rega, consoante a temperatura ambiente.
Diferentes aplicações IoT, exigem diferentes tipos de conetividade.
Na Internet das Coisas, sensores e equipamentos (muitas vezes designados de Gateways) vão enviar, através da internet, para um servidor central, por exemplo, dados sobre humidade do solo, temperatura, e precipitação. Estes dados combinados com informação de tipo de cultura originam nova informação que vai permitir atuar remotamente e automaticamente no sistema de rega. Deste modo garante-se que um plano de rega ótimo é executado de forma automática. E tudo isto poderá ser configurado e gerido através de uma plataforma de fácil utilização.
Ou, no caso do rapaz da história, a própria bicicleta vai comunicar com o telemóvel da mãe e com o drone que imediatamente se dirige até ele para auxiliar na monitorização e identificar o seu estado e localização. E, se for caso disso, chamar de imediato o 112, que pode ver tudo através do vídeo enviado pelo drone, bem como monitorizar o estado do rapaz através dos dados recolhidos pela roupa. Tudo através de sistemas que comunicam entre si, recorrendo a diferentes tipos de conectividade.
A conectividade
Há uns anos, as necessidades de uma rede de telemóvel limitavam-se às comunicações simples. Ao telefonema e, mais tarde, ao SMS. O telemóvel, quanto mais pequeno melhor.
Depois, veio a Internet, a rede 4G, a necessidade de maior capacidade de transmissão de dados, o vídeo, o email e uma multiplicidade de Apps no telemóvel e o tamanho começou a mudar. Os aparelhos voltaram a crescer.
No IoT – comunicação com e entre objetos - além do consumo de dados, surgiu o desafio de capacidade das baterias. Foi neste sentido e para responder a estas aplicações que surgiram as redes LPWA (Low Power Wide Area).
Os equipamentos IoT para algumas destas redes LPWA incluem um chip que comunica num espectro específico e que permite aumentar de forma substancial a duração das baterias de um determinado aparelho.
Uma plataforma de IoT permite conjugar toda a estratégia, ligar diversos equipamentos que transmitem em redes diferentes.
Imagine, por exemplo, um aparelho para medir a temperatura ou humidade do solo de um terreno agrícola. Não há necessidade de uma comunicação intensiva. Os dados são enviados de forma periódica e espaçada. Logo, não necessita de uma conectividade de largo espectro.
Ao contrário de um sistema de vídeo vigilância, onde a transmissão constante de dados em vídeo obriga a uma conectividade com largura de banda suficiente.
Ao escolher o tipo de conectividade para os seus dispositivos IoT, deverá ter em conta:
- A frequência e volume de comunicações exigida
- O tipo de alimentação do equipamento (bateria ou energia elétrica)
- A quantidade de equipamentos que estarão ligados e o alcance da cobertura necessária
Mas, uma mesma empresa, pode ter a necessidade de fazer comunicar entre si, no mundo da Internet das Coisas, aparelhos que exigem diferentes tipos de conectividade. Para dar resposta a este desafio, a melhor opção será recorrer a uma plataforma IoT, que seja agnóstica ao tipo de conectividade.
Além disso, estas plataformas comportam outras vantagens como, por exemplo a rápida criação e gestão de soluções inovadoras, bem como a garantia de uma infraestrutura robusta e escalável.
Num futuro próximo, haverá serviços que irão permitir a cada um de nós, criar e adaptar aplicações às suas necessidades. De forma simples e sem necessidade de um conhecimento técnico especializado. Até lá, é preciso inventar, o céu é o limite.
Tecnologia, internet, coisas ligadas entre si que permitem uma infinidade de ações ainda por descobrir. Chegou a vez da Internet of Things (IoT) ou Internet das Coisas. Até chegarmos a este ponto, em que as famílias vão “dominar” o mundo da IoT, compete às empresas desenvolverem serviços, aplicações, que ajudem a facilitar a vida, os negócios.
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